A quadrilha adicionava produtos químicos ao leite in natura com a finalidade de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final para, com isso, elevar a lucratividade. Isso causa redução do valor nutritivo do leite e sérios riscos à saúde dos consumidores. Além disso, eles também acresciam peróxido de hidrogênio (água oxigenada) para elevar a durabilidade do leite, já que o produto químico atua como bactericida. Na prática, o grupo comprava leite prestes a vencer por preço até 50% inferior ao do mercado e, após a manipulação com o peróxido de hidrogênio, repassava para a indústria. O produto elimina as vitaminas A e E e, em altas concentrações, prejudica a flora intestinal.
A fraude foi detectada a partir de informes da Laticínios Bom Gosto (Grupo LBR) ao Ministério Público, a partir da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a melhoria do controle de qualidade do leite recebido. Três relatórios do laboratório da Univates, credenciado pelo Ministério da Agricultura, apontaram presença de água oxigenada, o que é proibido pelas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No início de maio, o Ministério Público gaúcho deu início à "Operação Leite Compen$ado", na qual apurou que cinco empresas de transporte de leite adulteravam o produto cru entregue para a indústria. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.