Os dois estudantes presos na reintegração de posse da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) foram transferidos hoje para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Osasco. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), eles foram detidos no início da manhã de ontem quando saíam do prédio que permaneceu ocupado pelos alunos por 42 dias. A reitoria relatou diversos danos causados ao imóvel, a equipamentos e ao mobiliário durante a ocupação. O advogado dos jovens, Teodomiro de Almeida, contesta a versão da polícia e diz que os rapazes estavam voltando de uma festa em um centro acadêmico quando foram presos. %u201CEles foram simplesmente perguntar a um policial o que estava acontecendo. O policial pegou e jogou [os estudantes] dentro do carro. Não disse nada para eles. Bateram neles durante o trajeto%u201D, relatou o defensor que também é pai de Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, de 23 anos. Ele e João Vitor Gonzaga, 27 anos, são alunos da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O advogado disse que entrará com um pedido de relaxamento da prisão dos jovens. De acordo com Almeida, existem fotos que comprovam que os estudantes estavam em uma festa e não participaram da ocupação da reitoria. Eles foram os únicos presos durante a ação da Polícia Militar em cumprimento da decisão judicial para a retomada do prédio. Antes da chegada da Tropa de Choque, os ocupantes haviam deixado o local. De acordo com o comunicado da reitoria, deve ser finalizada até amanhã (14) uma auditoria patrimonial no prédio para determinar a extensão dos prejuízos. Foram identificados até o momento furto de equipamentos, danos a móveis, arrombamento de portas e pichação de paredes. %u201CTrata-se de uma barbárie diante dos paulistas que mantém a USP. Há meios legítimos em uma sociedade de direito plena para resolver questões ou impulsionar mudanças%u201D, critica a nota. Em nota, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) considerou a presença da Tropa de Choque uma atitude %u201Cautoritária, truculenta, e inadmissível no interior de um espaço universitário". Os representantes do DCE destacam que o atual reitor, João Grandino Rodas, trata a educação como "caso de polícia".