Outros cinco corretores de imóveis serão investigados como suspeitos de participação no esquema de fraude de documentos imobiliários no Distrito Federal. Os primeiros nomes foram revelados ontem durante o depoimento dos 19 presos na Operação Casa Nova, da Coordenação de Repressão a Fraudes (Corf) da Polícia Civil do DF. Essas pessoas ainda serão identificadas por completo e podem ter a prisão decretada caso seja comprovado o envolvimento na organização criminosa. Além dos detidos e dos recém-denunciados, os investigadores sabem da participação de mais quatro corretores, que também serão indiciados por receptação e uso de documento falso. Com isso, chega a 28 o número de suspeitos.
Ao serem ouvidos, além de delatar os colegas, os detidos admitiram comprar certidões imobiliárias das mãos de Márcia Silva, apontada pela polícia como a responsável pela falsificação dos documentos. O trabalho consistia em conseguir linhas de crédito para compradores de material de construção ou de imóveis a taxa de juros mais baixos (1,8%), por meio da Poupex, da Construcard e Móveiscard, da Caixa Econômica Federal (leia ilustração).
Pelas vias legais, têm direito ao benefício donos de imóveis ou interessados em mobiliar, fazer reformas ou obras. Mas a polícia descobriu que o grupo cobrava uma comissão, estimada em 10%, para adulterar documentos e aprovar o financiamento de quem não atendia os requisitos. Da porcentagem, 2% ficavam com o corretor e 8% com Márcia Silva. O marido dela, Geraldo Magela Júnior, também é acusado de participar do esquema. A confecção de cheques, carimbos de cartório e termos de cessão de uso e certidões acontecia em uma gráfica de Taguatinga, cujo dono é Wester José da Silva.