Durou menos de dois dias o afastamento do médico cubano Isoel Gomez Molina das funções na Unidade de Saúde da Família (USF) de Viveiros, em Feira de Santana (BA), 110 quilômetros a oeste de Salvador. Suspeito de prescrever uma superdosagem de dipirona a um bebê de 1 ano e 10 meses, o profissional foi inocentado pela Secretaria de Saúde do município, que havia aberto sindicância, em conjunto com a secretaria estadual e o Ministério da Saúde, para apurar o caso.
O afastamento de Molina, definido na tarde de quarta-feira, 20, foi causado por uma denúncia feita por uma médica do município, com base em uma receita passada pelo cubano, que indicava a administração de 40 gotas do analgésico e antitérmico dipirona para a criança, de 10,2 quilos - quando a própria bula do medicamento prevê o uso de uma gota por quilo. O caso ocorreu na segunda-feira, 18.
Em nota, a prefeitura informou que Molina foi ouvido na tarde desta quinta-feira, 21, explicou o ocorrido e volta a atender na segunda-feira. Segundo o coordenador do programa Mais Médicos no Estado, Washington Abreu, as 40 gotas previstas na receita "não eram para ser ministradas em dose única, mas em quatro vezes, a cada seis horas, em caso de dor ou febre".
A prefeitura também informou que colaborou para o esclarecimento do caso, além do depoimento da mãe da criança, a diarista Gilmara Santos, que relatou ter sido corretamente instruída pelo médico. Na manhã de ontem, ela e outros moradores da comunidade atendida pela USF fizeram um protesto, na frente do posto, pedindo o retorno imediato de Molina às funções.
Segundo Abreu, para evitar mais confusões em receitas, todos os profissionais integrantes do programa Mais Médicos na Bahia vão passar por um reforço no treinamento de prescrição de medicamentos.