O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) só irá abrir processo contra as empresas envolvidas no esquema de cartel no segundo semestre de 2014, o que deve coincidir com a campanha eleitoral.
Os investigadores ainda estão analisando os 30 mil gigabytes de informações recolhidas na busca e apreensão feita pelo órgão nas 14 empresas suspeitas de formação de cartel nos contratos do Metrô e de trens do Estado de São Paulo entre 1998 e 2008, anos em que o governo paulista foi comandado pelo PSDB.
Segundo o acordo de leniência fechado pela Siemens em maio com o Cade, o cartel também atuou no Distrito Federal no mesmo período. Pelo acordo, a multinacional alemã admite a existência de ilegalidades nos contratos fechados com os governos em troca de redução de futuras sanções.
O Cade encaminhou os dados para análise do Ministério Público Federal no último dia 14. “É importante dizer que o Cade já liberou para o Ministério Público Federal o material da busca e apreensão. São 30 mil gigabytes”, afirmou ontem o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante entrevista coletiva realizada em Brasília.
Segundo o ministro, o Ministério Público será responsável por franquear as informações para a Polícia Federal e outros ministérios públicos que estejam fazendo a apuração dos mesmos fatos. “Observo, porém, que tudo está submetido ao sigilo legal.”
Cardozo saiu ontem em defesa do presidente do Cade, Vinícius Carvalho, que omitiu de seu currículo ser ligado ao deputado estadual licenciado petista Simão Pedro.