A Polícia Civil prendeu na madrugada desta segunda-feira (2/12), Jeany Mary Corner. Segundo a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Jeany seria uma cafetina que comandava um esquema de prostituição de luxo na capital federal.
A operação - denominada Red Light, em referência à conhecida zona de prostituição de Amsterdã (Holanda) - prendeu outras oito pessoas envolvidas, dentre elas um policial militar identificado como Alexandre Nunes dos Santos. Outro suspeiro está foragido. Se condenada, Mary deve responder por tráfico interno de pessoas, rufianismo - quando se tira proveito da prostituição alheia - e associação criminosa.
As investigações ocorrem desde junho. Foram expedidos mandados de busca e apreensão a 24 carros de luxo usados pela organização criminosa. Os agentes encontram R$ 18 mil na casa de Vilma Aparecida Pessoa Nobre, que, segundo as investigações também comandava a prostituição de luxo. Algumas garotas de programa estão sob a proteção da Deam. Segundo as vítimas, muitas garotas foram ameaçadas de morte ao tentar sair do esquema.
De acordo com a Deam, Jeany Mary agenciava mulheres, homens e travestis em todo país. Ainda segundo a polícia, Mary trazia essas pessoas para trabalhar no Distrito Federal. As garotas de programa eram escolhidas criteriosamente. A preferência era por modelos; algumas posaram para capas de revistas famosas. Os programas poderiam custar até R$ 10 mil. Foram identificados três pontos de atuação: Asa Sul, Asa Norte e Guará.
Outros escândalos
A cafetina ficou conhecida nacionalmente por fornecer garotas para festas de parlamentares. O publicitário Marcos Valério - condenado por participar do esquema do Mensalão - teria usado os serviços de Jeany Mary para fazer eventos com políticos em Brasília.
A suspeita ainda foi citada pela CPI dos Correios como agenciadora de acompanhantes para eventos patrocinadas por políticos. Com ela, a Polícia Civil apreendeu hoje um farto material, como computadores e diversas agendas com nomes de possíveis contratantes dos serviços.