O julgamento do tenente da Polícia Militar Daniel Benitez, acusado pela morte da juíza Patrícia Acioli, iniciado na manhã desta sexta-feira, está previsto para ser concluído ainda esta noite. Além do crime de homicídio, ele também responde por formação de quadrilha.
A sessão é presidida pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce e ocorre sob um rígido esquema de segurança, no Fórum de Niterói, no centro da cidade. Quem ingressa no prédio passa por um detector de metal e tem as bolsas e mochilas revistadas, procedimento que se repete para entrar na sala do júri, onde estão posicionados diversos policiais militares (PMs).
Até as 17h, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e de defesa. Uma delas, o policial civil Ricardo Henriques, chegou a chorar quando prestava depoimento, alegando estar ameaçado de morte e sob forte pressão psicológica, pois é uma das principais testemunhas contra o grupo de policiais militares acusados pela morte da juíza.
Henriques depôs usando colete à prova de balas e apontou Benitez e seu grupo como responsáveis pelas ameaças de morte que vem recebendo, desde quando investigava as ações dos policiais militares. “Eu estou marcado para morrer por essa quadrilha. Estou marcado para morrer e vivo há dois anos sob efeito de remédios para me manter de pé”, disse.
Cinco policiais militares já foram condenados pela morte da juíza, com penas que variam de 19 anos e seis meses a 26 anos de reclusão. Mais cinco PMs tiveram seus julgamentos marcados, incluindo o então comandante do 7º BPM, coronel Claudio Oliveira.
O crime
Patrícia Acioli foi executada em agosto de 2011, com 21 tiros, quando chegava na casa onde morava, no bairro de Piratininga, em Niterói. A morte da magistrada causou grande comoção nacional e fez com que fossem revistos os procedimentos de segurança de juízes e promotores em todo o país.