Outra preocupação é com a oferta de medicamento para pessoas diagnosticadas com HIV que não desenvolveram sintomas da aids. Embora a antecipação do tratamento possa salvar vidas, pois pacientes morrem no primeiro ano após o diagnóstico, o GTPI alerta que o tratamento deve ser focado na melhoria da qualidade de vida do paciente e não na prevenção da transmissão.
“O tratamento traz vantagens como o aumento da expectativa de vida, mas também efeitos colaterais”, disse a coordenadora do GTPI, Marcela Vieira. Entre as desvantagens cita a lipodistrofia, que é a distribuição irregular de gordura pelo corpo, a perda da visão e doenças crônicas como o câncer. “Parece uma decisão trivial, mas o tratamento para HIV tem que ser uma decisão pessoal. O portador de HIV não pode ser induzido ao uso do medicamento para prevenir a transmissão”.
Na avaliação do grupo de trabalho, o ministério também retrocede no combate ao preconceito e ao estigma. Um exemplo foi a retirada do ar em maio deste ano de campanhas educativas voltadas para o público onde a epidemia mais avança: meninos gays e meninas entre 14 e 19 anos. A campanha tratava da homofobia, do uso de preservativos e da gravidez na adolescência.
Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu à Agência Brasil.