O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou que jovens sem antecedentes criminais sejam mandados para a cadeia por porte de pequenas quantidades de maconha. Ele observou que ao sair da prisão essas pessoas ficam “escoladas” no mundo do crime. Por isso, o ministro defendeu a importância do debate sobre a descriminalização da droga, esclarecendo que o Judiciário não tem poder para mudar a lei.
Leia Mais
Para Cardozo, legalização da maconha no Uruguai não altera segurança na fronteira do BrasilManifestantes se reúnem em SP pela legalização da maconha, aborto e do casamento igualitárioJovem é detido pela PM na marcha da maconhaCientistas pedem descriminalização de droga no BrasilGaroto de cinco anos entrega maconha de presente para professoraJuiz libera importação de substância extraída da maconha para tratamento de criançaBrasil reacende discussão sobre a legalização das drogasBarroso lamentou o poder dado aos traficantes nas comunidades mais pobres, que muitas vezes substituem o poder público na administração. “Tenho a preocupação de reduzir o poder que a criminalização dá ao tráfico e a seus barões nas comunidades mais pobres do país, especialmente na minha cidade de origem, o Rio. A criminalização fomenta o submundo, dá poder político e econômico aos barões do tráfico, que oprimem as comunidades, porque oferecem remunerações maiores que o Estado e o setor privado em geral”, afirmou.
Um dos presos que tiveram recurso analisado pelo STF portava 0,6 grama de crack. O outro estava com 70 pedras da droga. Em seu voto, Barroso permitiu a diminuição da pena para o primeiro preso, mas não para o segundo, devido à quantidade traficada. A maioria dos ministros votou da mesma forma. “Não estando a meu alcance e desse tribunal modificar a legislação, minha opção é pela aplicação menos dura dessa legislação”, concluiu Barroso.