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Arquivos revelam como Brasil ajudou a ditadura chilenaComissão da Verdade debate participação de empresários na ditaduraJoão Goulart governou o Brasil de 1961 até ser deposto pelo golpe militar de 1964. Ele morreu em dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. A família suspeita que ele foi envenenado a mando da ditadura.
No documento, datado do dia 24 de março de 1976, o 3º Exército solicita a cooperação do governo argentino para vigiar os que chama de "subversivos brasileiros na República Argentina", entre eles o ex-presidente. "Ele não recebeu da ditadura nem o tratamento de ex-presidente", disse João Vicente.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), integrante da Subcomissão de Memória, Verdade e Justiça do Senado disse que o documento ajuda a fazer uma "exumação da verdade", em referência à exumação do ex-presidente ocorrida em novembro para tentar esclarecer a causa da morte de Jango. "Documentos como este trazem a verdade, que é o que nós buscamos; sem revanchismo. Eles trazem luz para determinados acontecimentos e essas informações dão conta de que é preciso aprofundar as investigações sobre a Operação Condor", disse Rodrigues que também defendeu a prolongação dos trabalhos da CNV.
Para a integrante da CNV, Rosa Cardoso, que coordena o grupo de trabalho da comissão que estuda a Operação Condor, os documentos vão ajudar a sociedade brasileira a entender melhor o que aconteceu durante a ditadura militar. "Há uma parte da sociedade brasileira que não conhece esta história. E o documento mostra, para que não haja dúvidas de que estes fatos aconteceram, é que houve uma conexão repressiva coma Argentina, mesmo antes do golpe militar naquele país", disse.