O prefeito Eduardo Paes disse hoje (24) que é preciso esperar a avaliação do Tribunal de Contas do Município (TCM) sobre o reajuste das passagens de ônibus, mas que "não quer transformar o Rio em uma cidade que não cumpre contratos".
Ao defender sua posição, o prefeito fez uma comparação com São Paulo: "Não vou deixar chegar à herança do [prefeito de São Paulo, Fernando] Haddad, de R$ 1,5 bilhão, que podia ser aplicado em saúde e educação e está na mão de empresário de ônibus. Esse crime eu não vou cometer".
Após o reajuste para R$ 2,95 ter sido cancelado em virtude dos protestos de junho, voltou à pauta da prefeitura o aumento do valor da passagem, que está em R$ 2,75 e pode passar de R$ 3 no ano que vem. A decisão será tomada pelo TCM.
Na manhã de hoje, na inauguração da ponte estaiada do corredor Transcarioca na Barra da Tijuca, o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio, Lélis Teixeira, defendeu o reajuste como forma de equilibrar os custos das concessionárias.
"O próprio governo federal elevou o diesel, que tem um peso de 25% nos nossos custos, e aumentou o salário mínimo. As despesas com pessoal são 45% da nossa planilha. Também demos 10% de aumento aos rodoviários no ano passado e 10% neste ano, e nada disso foi repassado. É preciso recompor os custos para ter equilíbrio financeiro".
A possibilidade de um novo aumento das passagens levou manifestantes de volta ao centro da cidade na semana passada, em uma passeata que fechou a Avenida Rio Branco.