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Estado de Minas

Chuvas já causaram estragos em 50 dos 78 municípios do Espírito Santo

Número de mortos sobe para 21 e Rio Doce tem a maior cheia de sua história


postado em 26/12/2013 09:00 / atualizado em 26/12/2013 10:24

Trecho da rodovia litorânea ES-010, que liga Vitória a Nova Almeida, destruído pelas chuvas, obrigando motoristas a usar a BR-101 como alternativa (foto: Nelson Antoine)
Trecho da rodovia litorânea ES-010, que liga Vitória a Nova Almeida, destruído pelas chuvas, obrigando motoristas a usar a BR-101 como alternativa (foto: Nelson Antoine)

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, declarou nessa quarta-feira que as últimas chuvas são o maior evento climático da história do estado. “Vamos ter que reconstruir todo o Espírito Santo”, afirmou. Subiu para 21 o número de mortos em decorrência dos problemas causados pelas chuvas, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil à tarde. São quatro mortes em Baixo Guandu, uma em Barra de São Francisco, seis em Colatina, uma em Domingos Martins, oito em Itaguaçu e uma em Nova Venécia. Também subiu, para 50, o número de municípios afetados pelos temporais.

De acordo com a Defesa Civil, o isolamento de algumas áreas, a falta de energia elétrica e de comunicação e o acesso apenas por água dificultam a contagem dos feridos. Pelo menos 48.601 pessoas permanecem desalojadas, sendo que 4.565 estão em abrigos públicos, e o restante em casas de parentes ou amigos. Em Colatina, o nível do Rio Doce pode chegar a 10 metros. É a maior cheia da história do rio, segundo informação do secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli. A situação é tão crítica que a Polícia Militar começou a evacuar o Centro da cidade. O comércio foi orientado a fechar as portas e moradores retiraram seus carros das ruas, ainda pela manhã. Duas ponte foram fechadas.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua enviando alertas de risco de inundação e de novos deslizamentos de terra. Sete aeronaves auxiliam os trabalho dos Bombeiros e Defesa Civil nos municípios mais afetados. Em algum deles, como Baixo Guandu, o socorro às vítimas só é possível por helicópteros. Seis mil pessoas estão ilhadas em quatro distritos do município. Ontem, uma aeronave da Polícia Rodoviária Federal deveria chegar ao estado para ajudar na logística. Casagrande informou que vai pedir helicópteros aos governadores do Rio de Janeiro e São Paulo para auxiliar no transporte de pessoas.

O secretariado de governo vai se reunir hoje para iniciar as discussões da reconstrução das áreas atingidas. “É muito trabalho. Muitas regiões destruídas. Pontes, rodovias, casas, tudo destruído pelas águas. Vamos ter muito trabalho para recuperar tudo isso”, declarou o governador.

Durante vista ao estado na véspera de Natal, a presidente Dilma afirmou que as prioridades nas ações para a região são redução de mortes, recuperação das condições de vida dos atingidos e atividades de prevenção. “Eu vi em alguns estados situações de alagamento fantásticas, vi isso no Maranhão, mas aqui vi uma quantidade de água absurda. É impressionante”, disse Dilma.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a previsão do tempo para hoje no estado é de dia nublado a parcialmente nublado com pancadas de chuva isoladas. A temperatura mínima deve ser de 17º e a máxima de 30º.

Estradas

De acordo com o último boletim divulgado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES) sobre a situação das rodovias capixabas, há muitos registros de alagamentos e deslizamentos que complicam o trânsito em alguns locais. Um dos pontos mais críticos fica na

ES-010, entre Jacaraípe e Nova Almeida. Um trecho da rodovia sofreu erosão causada pelas águas do mar e se rompeu. O trânsito no local está interrompido e o DER monitora o trecho e realiza levantamento topográfico para desenvolver projeto de recuperação.

A BR-101 Norte está interditada do km 150 ao km 163, em Bebedouro, distrito de Linhares, devido a alagamento na pista. Durante a madrugada, a lâmina d'água chegou a 50cm no trecho. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o congestionamento no local chegou a seis quilômetros.

FGTS

Moradores de municípios atingidos pelas chuvas e que decretarem estado de calamidade ou situação de emergência poderão sacar o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na Caixa Econômica Federal. Os saques, entretanto, não serão para todos, mas para os que tiverem conta e saldo no FGTS e que não realizaram saque do valor pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses. A Caixa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está em contato com os municípios para fornecer orientações e esclarecimentos para que os moradores tenham acesso ao saque o quanto antes. Os detalhes sobre quando as pessoas vão poder começar a tirar o dinheiro ainda serão divulgados.

Doações suspensas

O governo do estado decidiu suspender temporariamente os pedidos de doações para as vítimas das chuvas. A informação é do Secretário de Estado de Assistência Social, Helder Salomão. O momento, segundo ele, é de organizar todas as doações e enviar aos municípios que mais necessitam. Há cidades que nem ao menos têm condições de armazenar doações. Os pedidos de arrecadação vão voltar nos próximos dias. A decisão, segundo o secretário, foi tomada na manhã de ontem pelo governador Renato Casagrande, o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Carlos Marcelo D'Isep, e pelo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Edmilton Aguiar.

O governo avaliou que neste momento já há muitos donativos arrecadados, embora nem todos os municípios e todas as localidades ainda tenham sido atendidas em todas as suas necessidades. “É possível que talvez em 48 horas a gente tenha necessidade de voltar a arrecadar donativos”, afirmou Helder.

Apoio fluminense


Vinte e oito homens do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro foram enviados ao Espírito Santo para ajudar no apoio às pessoas vítimas das enchentes. Os bombeiros embarcaram na manhã de ontem em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Eles fazem parte do Grupamento de Busca e Salvamento e são especializados em resgates em desastres. Os militares, de acordo com o Corpo de Bombeiros, ficarão por tempo indeterminado à disposição do comando-geral do estado vizinho. “Colocamos nossa tropa especializada em campo. Lá, nossos militares permanecerão por tempo indeterminado”, disse em nota o comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil do Rio, Sérgio Simões.


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