Militares da força-tarefa enviados pela Justiça Federal ao município de Humaitá, no Amazonas, percorreram ontem a reserva indígena localizada entre os quilômetros 80 e 150 da Rodovia Transamazônica em nova tentativa de localizar os três homens desaparecidos na região há 17 dias. O grupo das forças Nacional e Federal formado por cerca de 300 homens já haviam feito operação semelhante na tarde de segunda-feira. A megaoperação não tem data para acabar e se estende à cidade de Apuí.
A decisão para que as forças federais realizem a busca foi tomada após uma onda de violência de moradores no Sul do Amazonas, que começou no dia 25, quando a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) e veículos foram incendiados por moradores de Humaitá. Na sexta-feira, um grupo destruiu em Apuí o local usado por índios da etnia tenharim como pedágio ilegal na Transamazônica, em área dentro da reserva indígena. Moradores suspeitam que os três desaparecidos – Aldeney Salvador (funcionário da Eletrobras), Luciano Ferreira (representante comercial) e Stef de Souza (professor em Humaitá)– tenham sido sequestrados pelos indígenas depois da morte do cacique Ivan Tenharim.
Na segunda-feira, os cerca de 150 indígenas que estavam abrigados em um batalhão do Exército em Humaitá retornaram à reserva. O grupo, a maioria mulheres e crianças da etnia tenharim, recebiam proteção no quartel depois de receberem ameaças de alguns moradores locais. Segundo a Polícia Federal de Rondônia e a Polícia Militar do Amazonas, nenhum incidente foi registrado. Os índios foram escoltados por forças federais e estaduais.