Índios bloqueiam rodovia maranhense para cobrar melhorias em educação e saúde
Desde domingo (5), índios krikati, guajajara e krenyê bloqueiam um trecho da Rodovia MA-280, entre as cidades de Montes Altos, a cerca de 65 quilômetros de Imperatriz; e o município vizinho, Sítio Novo, no sudoeste do Maranhão. Os índios pedem melhorias no atendimento à saúde, na educação e compensações pela instalação de torres de alta tensão nas reservas. A rodovia é usada para transporte de produtos que abastecem cidades da região.
O grupo derrubou duas torres de alta tensão instaladas no interior da Terra Indígena Krikati, em Montes Altos. Segundo a Eletronorte, o fornecimento de energia elétrica não foi prejudicado. Ontem, técnicos da empresa sobrevoaram a área para a avaliar a situação e os prejuízos.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), as comunidades indígenas da região vêm reivindicando a finalização da regularização fundiária e a retirada dos não índios da Terra Indígena Krikati. Iniciativas que, de acordo com a fundação indigenista, foram retardadas em função dos recursos judiciais ajuizados pelos atuais ocupantes da área. Após várias idas e vindas, a Funai já começou a notificar os ocupantes de propriedades não regularizadas a deixarem a área entre 30 e 45 dias. Os ocupantes em situação regular, com títulos de terra, serão indenizados.
Os índios da Terra Indígena Krikati também cobram da Eletronorte compensações pela operação das torres de alta tensão, instaladas na área. A empresa ainda está analisando a questão e informou que deve se pronunciar em breve.
A principal reivindicação constante do documento entregue pelos índios à Funai atende a interesses de outras comunidades indígenas maranhenses, incluindo os guajajaras, que também participam do bloqueio da MA-280: a mudança da gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) no Maranhão, com a saída dos atuais coordenadores. O documento é assinado pela Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima).
Em julho do ano passado, índios ligados à Coapima já haviam ocupado a sede estadual do Dsei por dez dias e a Estrada de Ferro Carajás.