As vítimas do ônibus incendiado em São Luís (MA), transferidas para hospitais em outros estados, passaram por cirurgia nesta sexta-feira e têm quadro clínico estável. A paciente Juliane Carvalho Santos, 22 anos, está em Brasília e é acompanhada pela equipe da Ala de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ela é mãe da menina Ana Clara, 6 anos, que não resistiu às queimaduras e morreu na segunda-feira (6).
Juliane estava com as duas filhas no ônibus na Vila Sarney Filho, quando o veículo foi incendiado por bandidos na sexta-feira (3), em represália à ação da polícia dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
O boletim médico divulgado hoje pelo Hran informa que Juliane, que teve 40% do corpo queimados, está em situação estável, consciente e respirando sem a ajuda de aparelhos. O coordenador da Unidade de Queimados, Mário Fratini, explica que foi feito um procedimento cirúrgico para a retirada de pele morta e que Juliane está evoluindo satisfatoriamente. “Este momento é de retirada da pele e de atenção no controle de infecção.”
Ele acrescentou que Juliane deve passar por, pelo menos, três procedimentos de limpeza. “É um tratamento prolongado, porque a ferida precisa estar completamente fechada e leva algum tempo até se completar a limpeza geral das queimaduras”, disse Fratini, ao explicar que, após essa limpeza, é colocada no local pele sadia, retirada do próprio paciente, que se integra à lesão e cicatriza.
A outra filha de Juliane, Lorane Beatriz Santos, 1 ano e 5 meses, teve queimaduras nas pernas e nos braços e continua internada no Hospital Estadual Infantil Juvêncio Matos. Ela deve ter alta na próxima semana.
O paciente Marcio Ronny da Cruz, 37 anos, está internado no Centro de Referência de Queimados do Hospital Geral de Goiânia e também passou por cirurgia na manhã de hoje. Marcio teve 72% do corpo queimados, está em estado grave e continua sedado.
Segundo Fernando de Napole Azevedo, cirurgião plástico do Hospital Geral de Goiânia, que atendeu Marcio, estão programados três procedimentos para a retirada de pele morta, que ocorrerão a cada três dias. “Esse foi o primeiro procedimento e, no futuro, será feita também a colocação de pele sadia no local”, explicou.
Outra vítima – Abyancy Silva Santos, 35 anos – continua internada na Enfermaria do Hospital Geral do Maranhão. Ela teve queimadura em 10% do corpo e foi submetida a curativo cirúrgico ontem (9). Segundo a Secretaria de Saúde do Maranhão, Abyancy deve receber alta neste final de semana.