Três ônibus do transporte coletivo urbano de Campinas, no bairro Vida Nova, foram incendiados e cinco apedrejados na manhã desta segunda-feira. A onda de ataques é em represália ao assassinato de pelo menos 12 pessoas entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira. As execuções aconteceram após o assassinato de um policial militar de folga durante uma tentativa de assalto.
A Polícia Civil investiga as 12 mortes cometidas em bairros da região do Ouro Verde, com características de execução, ocorridas em um prazo de 4 horas, entre elas duas chacinas. Segundo a polícia, os homicídios começaram após as 23h de domingo, horas depois do militar Arides Luis dos Santos, de 44 anos, que estava com a mulher abastecendo o carro na região, ter sido abordado por criminosos. Ele tentou desarmar um dos bandidos e levou um tiro na cabeça. Seu corpo foi enterrado nesta segunda.
O delegado do Departamento de Polícia Judiciária do Interior de Campinas (Deinter-2), Licurgo Nunes Costa, afirmou que a polícia não descarta execução, vingança ou conflito entre quadrilhas. Ainda segundo o delegado, os homicídios aconteceram em locais diferentes, mas será apurada possível relação entre as mortes. Nos locais dos crimes foram encontrados cápsulas de pistola 9mm e calibre 380.
"Não descartamos execução, vingança nem conflito entre criminosos", afirmou o delegado Licurgo Nunes Costa, do Departamento de Polícia Judiciária do Interior de Campinas (Deinter-2). "É uma sequência de fatos, em uma mesma região, com ocorrências próximas de horários, que temos que considerar a relação."
O governador de São Paulo. Geraldo Alckmin, falou sobre a onda de violência nesta segunda-feira. "A polícia já está trabalhando. As mortes foram próximas uma das outras. O dr. Grella (Fernando Grella Vieira, secretário de segurança pública) está pessoalmente neste trabalho", disse Alckmin.
Mortos tinham passagem pela polícia
Os primeiros levantamentos do Deinter apontam que metade dos 12 mortos em série tinham passagem pela polícia e um deles era menor de idade. Alguns respondiam por crimes como homicídio, roubo, tráfico de drogas e receptação. Eles foram executados com tiros na cabeça e tórax, alguns com mais de cinco perfurações pelo corpo.
Os assassinatos aconteceram em três bairros. No Vida Nova, foram mortos Daniel Vitor da Silva, de 20 anos, José Ricardo Grigolo, de 20 anos, Rodinei Manuel, de 27 anos, Gustavo de Souza Moura, de 21 anos, e Diego Dias Coelho, de 24 anos.
A irmã de uma dessas vítimas afirmou que os assassinos estavam em dois carros, um prata e um preto. Os veículos foram vistos por testemunhas também nos locais de pelo dois outros crimes. Os criminosos usavam capuz na cabeça, sobretudo escuro e coturnos.
"O cunhado do meu irmão estava junto e ele é menor de idade. Os homens mandaram ele entrar e atiraram depois", afirmou a irmã, que pediu para não ser identificada.
Já no bairro Recanto do Sol foram assassinados em um mesmo local Peterson Rodrigo Calderari, de 17 anos, Wesley Adiel Lopes, de 19 anos, Patrick Hernandes da Silva, de 19 anos, e Alex Sandro de Carvalho, de 30 anos.
Outro morto identificado foi Jailson da Costa Silva, de 28 anos, encontrado no Parque Universitário. Sadrac Santana Galvão, de 23 anos, morreu no Parque Cosmos. A 12ª vítima ainda não foi identificada, ela morreu no bairro Vista Alegre.