Um grupo de quatro médicos bolivianos formados em faculdades cubanas está em Brasília e tenta exercer a medicina no Brasil. Eles alegam que tiveram nomes convocados em chamada do Mais Médicos, mas não conseguem liberação do governo brasileiro. Vieram para o Brasil por conta própria e nesta segunda-feira (13/1), chegaram a protestar no Ministério da Saúde.
"Nós somos formados na mesma escola de medicina que médicos cubanos que atualmente já exercem a profissão pelo Mais Médicos", conta Amparo Melgar, selecionada em agosto do ano passado para trabalhar no Acre.
Ela está há seis meses no Brasil e diz que está ficando sem dinheiro. Amparo conta que os outros três colegas chegaram há um mês e já até dormiram na rodoviária por falta de dinheiro. "Não querem nos dar um oportunidade", reclama outro boliviano.
O Ministério da Saúde informou que, pelo edital, as duas primeiras seleções do Mais Médicos tinham como fase final a avaliação da documentação dos candidatos. De acordo com o órgão, Amparo foi desclassificada por apresentar documentação incompleta nessa última fase. Ela reclama que chegou a ter o nome publicado em uma lista com nomes de médicos estrangeiros com cidades designadas - a lista, contudo, indica aspirantes às vagas com documentos pendentes.
Segundo o ministério, outro fator que contribui para a não aceitação dos bolivianos seria o déficit médico no país de origem dos profissionais. O número per capita de médicos da Bolívia é menor que no Brasil. A contratação de profissionais nessa situação contraria acordos assinados pelo governo brasileiro. Por fim, o Ministério da Saúde afirmou que não pode ajudar o grupo de bolivianos porque eles não fazem parte do Mais Médicos.