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Corregedoria ouve PMs sobre chacina de CampinasPolícia Civil diz ter identificado assassinos de militar em CampinasPolícia Civil paulista já ouviu 18 testemunhas de chacinas em CampinasPolícia Civil não descarta participação de PMs em mortes em CampinasÔnibus são queimados em Campinas em reação a assassinato de ao menos 12 pessoasMP descobre suposto plano de ataques a PMs em CampinasO inquérito aberto há três anos pela Delegacia de Homicídios, ainda inconcluso, apura um grupo de PMs, já identificados, que teria reagido após um policial ter sido baleado executando o suposto autor dos disparos e outras três pessoas de sua família, incluído uma mulher de 84 anos, no dia 17 de maio de 2010, no Jardim Maracanã.
O suposto alvo era o cabeleireiro Wilian Camargo Ribeiro, de 20 anos, que dias antes teria tentado assaltar o policial militar R.F.R, de 28 anos, que estava de folga, em Hortolândia. O PM foi baleado e sobreviveu. Sua noiva também foi atingida e ficou paraplégica.
Dias depois homens em um Gol, usando tocas ninja - como nas mortes em séria há 10 dias -, chegaram atirando na casa da vítima. Eram 18h, Wiliam e o pai, o porteiro Isaias Anacleto Ribeiro, de 43 anos, foram mortos na calçada. Os assassinos depois invadiram a casa e mataram a mãe do jovem, a cabeleireira Silvana Camargo Ribeiro, de 43 anos, e a avó, a aposentada Lídia Silva Ribeiro, de 82 anos.
Antes de ir embora, os executores amputaram uma das mãos de Wiliam e levaram. As investigações da Polícia Civil foram abertas após as testemunhas e um sobrevivente, que na época tinha 17 anos e fugiu da casa pulando o muro, acusarem policiais militares.
"Esse inquérito já foi requerido e vamos tentar relacionar o que consta nele com os fatos do atual crime. É algo que precisa ser investigado", afirmou o promotor Ricardo Silvares, designado pela Procuradoria-Geral de Justiça para acompanhar a força-tarefa que apura as 12 mortes em série.
Nos crimes em série da semana passada, a principal linha de investigação da Polícia Civil recai sobre policiais militares. Eles teriam reagido ao assassinato do PM Arides Luís dos Santos, de 44 anos, que horas antes das execuções foi morto com um tiro, após dois homens em uma moto tentarem roubá-lo, em um posto da mesma região. Os dois assaltantes foram reconhecidos e não estão entre os mortos.
A principal tese das investigações é que a suposta ação do grupo foi um recado para criminosos da região do Ouro Verde. Todos os locais onde ocorreram as mortes eram pontos conhecidos de venda de drogas e pelo menos metade dos mortos tinha passagem pela polícia.
De novembro até agora três policiais militares foram mortos em bairros da região do Ouro Verde, ou próximos dele. "Se foram policiais que mataram essas 12 pessoas, porque eles não agiram quando os outros morreram?", questiona Adriana Borgo, da Associação de Familiares e Amigos dos Policiais do Estado (Afapesp).
Além de Arides, morto no dia dos assassinatos em série, foram vítimas de criminosos os policiais militares Mazinho Pereira dos Santos, de 41 anos, morto durante uma tentativa de assalto em 11 de dezembro, na mesma região, e o sargento Júnior Conejo do Prado, de 41 anos, morto no dia 18 de outubro, também em uma tentativa de assalto. Ambos estavam de folga.
O Comando da PM informou que a Corregedoria acompanha as investigações da Civil no caso dos 12 assassinatos. O órgão não informou quais foram as conclusões das apurações feitas por ela no caso da chacina da família Ribeiro, em 2010.