Antes de embarcar para uma viagem de quase uma semana ao exterior, a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que receba, em audiência, no Planalto, representantes da Associação dos Lojistas de Shopping, Alshop. O encontro será dia 29, quarta-feira. A Associação quer que o governo federal impeça a realização dos rolezinhos, por conta dos prejuízos que eles vêm causando ao comércio em vários pontos do país, principalmente em São Paulo. O governo não tem como atender ao pedido dos lojistas e já descartou a hipótese, ainda mais que não existe base legal para um pedido como este. Mas o Planalto quer ouvir a reivindicação da categoria e abrir o diálogo com todas as frentes possíveis.
A presidente escalou ainda para o encontro os ministros da Secretaria de Promoção da Igualdade Social (Sepir), Luíza Bairros, da Cultura, Marta Suplicy, e a secretária nacional da Juventude, Severine Macedo. O governo quer apresentar aos lojistas propostas que estão em estudo de projetos com opções de lazer para atender a estes jovens - que têm marcado encontro em shoppings pela internet. O Planalto está preocupado com os rolezinhos e quer entender o movimento para evitar que ele se prolifere pelo País e possa causar algum tipo de problema de ordem pública, que se estenda até a realização da Copa do Mundo. Desde o início dos rolezinhos, a presidente Dilma mandou que fossem intensificados os estudos que ela já havia encomendado de mais lazer para atender aos jovens de comunidades mais carentes.
Dilma está preocupada também em não criminalizar os movimentos. Há um temor que qualquer repressão maior possa desencadear uma onda de violência como a vista em junho do ano passado, durante a Copa das Confederações. Desde então a presidente tem tentado uma aproximação com o eleitorado mais jovem e chegou a receber, na época, os lideres dos movimentos do passe livre. Foi neste sentido que a o ministro Gilberto Carvalho, na semana passada, declarou que não concordava com uso de repressão policial contra os jovens que faziam rolezinhos porque isso poderia servir para agitar o País. Em período pré-eleitoral e que antecede um evento do porte de uma Copa do Mundo de futebol, é melhor que se tente contornar o problema e evitar qualquer tipo de ato que possa fazer explodir as manifestações, disse um assessor palaciano.