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Familiares homenageiam vítimas em Santa MariaJustiça arquiva processo contra prefeito de Santa MariaOcupação da Câmara de Vereadores de Santa Maria entra no quarto diaInquérito indicia oito bombeiros por incêndio na Boate Kiss em Santa MariaTJ separa processos de réus do incêndio em Santa MariaCPI ouve duas fiscais de secretarias municipais de Santa MariaO presidente da AVTSM lamenta a demora e ressalta que as autoridades tratam o caso sem a devida atenção. “Não é um crime comum, é um assassinato em massa de pessoas que estavam tentando se divertir e suas vidas foram cortadas. Entendemos que as pessoas que fizeram esse fato acontecer são assassinos e merecem, sim, punição”.
O sentimento é o mesmo para o ex-coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Alex Monaiar. A seu ver prevalece na cidade uma sensação de injustiça, apesar das pessoas evitarem falar sobre o assunto. “Hoje é uma coisa meio velada, parece que foi para baixo do tapete. A coisa voltou ao normal, mas no interior de cada um, não”.
O primeiro promotor de Justiça Criminal da Comarca de Santa Maria e responsável pelos processos criminal e militar, Joel Dutra, pediu a compreensão dos familiares e amigos. Ele destaca que o Ministério Público (MP) não pode se pautar pelo tamanho da tragédia e explica que, apesar de a associação querer responsabilizar as autoridades do Executivo municipal, os fatos mostram que não tem como denunciar criminalmente esses agentes públicos.
Ele acrescentou que o MP tem que ser “absolutamente técnico” em casos como esse. “Não posso fazer um julgamento ético ou moral das pessoas. Nós, do MP, temos a obrigação de ser os fiscais da lei. Para nós, seria mais fácil acusar muitas pessoas e jogar para a Justiça fazer o filtro".
Para o juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria e responsável pelo caso, Ulysses Louzada, é preciso ter cautela para não cometer injustiças. “Pela complexidade do processo, ele tem que demorar um pouco mais que os outros, é natural. Não é um fato comum. A gente não pode atropelar, temos que procurar fazer o máximo de justiça possível.” Segundo ele, até agora já foram ouvidas 92 testemunhas e este ano serão ouvidas mais vítimas.
A tragédia de Santa Maria resultou em três processos na esfera criminal, um na Justiça Militar, envolvendo oito bombeiros e uma ação por improbidade administrativa contra quatro bombeiros. O principal processo criminal trata dos homicídios e são acusadas quatro pessoas: os sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, que acendeu o artefato pirotécnico; e o produtor do grupo musical, Luciano Augusto Bonilha Leão, que comprou os fogos.