Em média três traficantes são presos por dia na região da Cracolândia, no centro da cidade, de acordo com o Secretário Municipal de Segurança Urbana de São Paulo, Roberto Porto. As prisões têm acontecido, de acordo com ele, sem a necessidade de ações de grande dimensão, como a realizada nessa quinta-feira, 23, por policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil.
Ele explicou que a prisão dos traficantes tem sido feita com um trabalho de inteligência da polícia militar. "Temos em média três prisões por dia inclusive com grande quantidade de pedras de crack. O trabalho da polícia militar tem sido brilhante, a guarda (civil) tem acompanhado, tem pactuado com eles. Tudo vinha na mais absoluta ordem."
De acordo com Porto, o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella, não detalhou na conversa que tiveram se já tinha conhecimento da ação ou não. A relação com Grella, contudo, foi definida pelo secretário municipal como "a melhor possível". "A interlocução diária é com a polícia militar, ela continua no local atuando junto conosco, as prisões tem sido feitas diariamente sem nenhum entrevero", disse Porto.
O secretário disse que os dependentes que aderiram ao programa se mostraram revoltados com a ação do Denarc e com preocupação quanto à continuação do programa da Prefeitura. "Nós acalmamos, dissemos que o programa continua firme", completou. Ele evitou fazer avaliações sobre o trabalho da polícia civil, dizendo apesar que considera "exagerada" e que "tinha um tom de revide". "Cabe ao governo do Estado analisar a atuação da polícia civil. A questão da apuração da conduta daqueles profissionais cabe ao governo do Estado e não ao município", afirmou.
Bala de borracha
O Denarc negou uso de balas de borracha. Porto, nesta manhã, afirmou que pessoas foram atendidas relatando terem sido atingidas por balas de borracha e disse ter presenciado policiais portando a arma. "Presenciei policiais com a arma que dispara bala de borracha. Se não tinha munição, se era só para intimidar, cabe agora a uma apuração do governo do Estado", disse.