Os protestos contra a realização da Copa do Mundo, que já estavam previstos para acontecer neste sábado pelo Brasil, tiveram início de forma pacífica. Em São Paulo, cerca de mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista por volta das 17h30 e fecharam os dois sentidos da via. Uma hora mais tarde, os manifestantes desceram a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, no sentido Centro. Assustados, vários comerciantes fecham as portas quando a multidão se aproximava. Segundo a Polícia Militar, um efetivo de dois mil homens está na área de prontidão.
Pouco antes das 17 horas, jovens leram um manifesto aos policiais no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), onde estavam concentrados desde a madrugada de sexta-feira. Em troca, a PM não enfrentou resistência para revistar barracas armadas pelos manifestantes. O ato é organizado por vários grupos que participaram dos protestos de junho do ano passado, como black blocs, Assembleia Nacional de Estudantes Livre, Periferia Ativa, entre outros. No evento "Não vai ter Copa", 23 mil pessoas confirmaram presença pelo Facebook.
RIO - No Rio, um grupo de 150 pessoas se concentrou em frente ao hotel Copacabana Palace (zona sul do Rio de Janeiro) para protestar contra a realização da Copa do Mundo, por volta das 18h15. A manifestação, batizada de "Não Vai Ter Copa", é pacífica até o momento. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a realização do evento promovido pela Fifa.
Parte dos manifestantes distribuiu panfletos para as pessoas que caminhavam na orla e recolheu assinaturas para um abaixo-assinado contra o Mundial. Há black blocs no local, mas em pequena quantidade. O manifestante que ficou famoso por se fantasiar de Batman também participa do protesto, assim como o que imita o Coringa, um dos inimigos do super-herói.
Equipes da Polícia Militar estão na área e até agora não houve problemas. A PM conta com o apoio de um helicóptero, que está sobrevoando a praia de Copacabana, bastante cheia devido ao sábado ensolarado. Grades de ferro foram colocadas na frente do hotel, que espalhou seguranças pela calçada.
RECIFE - Em Recife, manifestantes percorreram um trajeto de cerca de três quilômetros, partindo da Avenida 13 de Maio até a Avenida Agamenon Magalhães, uma das mais movimentadas da cidade. Não há adesão da população, que reclama que os participantes estão atrapalhando a passagem dos carros e causando lentidão no trânsito. Não houve conflitos com a polícia, que acompanha o protesto pacificamente.
Em coro, cerca de 50 pessoas entoavam: "Não vai ter Copa", "Ei Dudu (Eduardo Campos), vai tomar no..." e "O poder do povo vai fazer um mundo novo". A frase "A Copa mata, desabriga e violenta o povo" pode ser lida nos cartazes. Até o momento, a polícia acompanha o ato sem violência. Os policiais revistaram alguns manifestantes e recolheram dois canos, que seriam utilizados para erguer faixas de protestos.
Eles dizem que é preciso alertar a população sobre a injustiça de direcionar dinheiro para a Copa e não para educação ou saúde. Os participantes se identificam apenas por apelidos. "Para a gente não se expor", justificou um deles.
VITÓRIA - Manifestantes invadiram um shopping em Vila Velha, no Espírito Santo, e ocuparam a rua de acesso à praia. A manifestação tem poucos adeptos. Mais cedo, poucos estavam presentes no posto de gasolina marcado como local de encontro. Viaturas policiais e cavalaria faziam ronda no local que dá acesso à Terceira Ponte, principal ligação entre Vitória e Vila Velha, município mais populoso do Estado.