Cardozo está de férias. De acordo com sua assessoria, ele deve retornar ao trabalho amanhã, 27. E já encontrará uma série de demandas envolvendo a segurança da Copa, maneiras de evitar que os tumultos se espalhem pelo País e formas de conter a ação violenta contra as manifestações por parte das polícias estaduais. O governo avalia que a radicalização das ruas, em junho, teve como origem a forte repressão feita pela Polícia Militar de São Paulo aos jovens que protestavam contra o aumento da passagem de ônibus.
Por intermédio de sua assessoria, o Ministério do Esporte afirmou ontem que a operação de segurança para a Copa do Mundo é coordenada pelos ministérios da Justiça e da Defesa - em sintonia com a segurança de Estados e Municípios. "O sistema foi testado, com sucesso, na Copa das Confederações, e garantirá segurança necessária a todos os torcedores, turistas, jogadores e equipes técnicas que estarão no Brasil durante a Copa", afirmou a assessoria do Esporte.
Rolezinhos
Além das manifestações contrárias à Copa, que tiveram início quatro meses e meio antes da partida inaugural entre Brasil e Croácia, em São Paulo, o governo tem outra preocupação: os rolezinhos da juventude nos shoppings, intensificados nos últimos dias em quase todo o País. A pedido da Associação dos Lojistas de Shopping (Alshop), o governo patrocinará uma reunião na quarta-feira, 29, no Palácio do Planalto, para tratar do assunto.
Participarão do encontro, que terá início às 10 horas numa sala de reunião do quarto andar do Planalto, os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Marta Suplicy (Cultura) e Luíza Bairros (Igualdade Racial), a secretária nacional da Juventude, Severine Macedo, e representantes da Alshop.
Sob a alegação de que o comércio dos shoppings está sofrendo grande prejuízo com a realização dos rolezinhos, a associação quer que o governo federal impeça a realização dos atos patrocinados por jovens.
O governo já adiantou que não tem como atender ao pedido dos lojistas, por falta de base legal. Mas na reunião vai ouvir o que cada lado tem para falar, além de se oferecer para abrir um canal de entendimento entre todas as partes envolvidas. O Planalto teme que os rolezinhos sejam contaminados pelos protestos contrários à Copa, estes mais políticos.