"Pela primeira vez na história desta Catedral, uma missa será dedicada à memória das vítimas da Shoa, graças à sensibilidade do cardeal-arcebispo d. Odilo Pedro Scherer e ao incansável trabalho da Comissão Nacional de Diálogo Católico-Judaico, liderada pelo cônego José Bizon", disse o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista. Hoje, 27 de janeiro, é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), porque nessa data, em 1945, o maior campo de concentração nazista, Auschwitz-Birkenau, na Polônia, foi libertado pelas tropas soviéticas.
D. Odilo deixou de lado os comentários sobre as leituras bíblicas da missa, para falar da tragédia do Holocausto. Leu trechos do discurso que Bento XVI fez, ao visitar Auschwitz, em 28 de maio de 2006. Joseph Ratzinger, agora papa emérito, afirmou que era difícil para um alemão, como ele, visitar o campo de concentração e perguntou onde estava Deus e por que ele permitiu que acontecessem tais crimes.
O rabino Ruben Sternschein, também da Congregação Israelita Paulista, observou que os seis milhões de judeus vítimas do Holocausto não eram soldados, mas homens, mulheres e crianças que foram arrancados de suas casas e assassinados. Os líderes religiosos da comunidade judaica recitaram o Kadish, oração pelos mortos, em hebraico e em português. D. Odilo pediu descanso eterno para as vítimas da tragédia e conforto para suas famílias.
O coral feminino Wizzo, da comunidade judaica, cantou músicas sobre o Shoa e o Coral da Catedral entoou as partes cantadas do ritual da missa. O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Joel Barnea, agradeceu a atenção de d. Odilo. Apresentou-se como um sobrevivente do Holocausto e informou que Israel já está se preparando para a visita do papa Francisco à Terra Santa, de 23 a 26 de maio.