São Paulo (AE), 29 - Menos de dois anos após a exumação dos restos mortais de d. Pedro I, o primeiro imperador brasileiro, e de suas duas mulheres, as imperatrizes d. Leopoldina e d. Amélia, a mesma equipe de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) deve estudar os remanescentes do Segundo Reinado: o imperador d. Pedro II e sua mulher, d. Teresa Cristina, a filha do casal, princesa Isabel, e seu marido, o conde D’Eu.
A reportagem apurou que os trâmites já estão bem avançados e a exumação deve ocorrer neste semestre. Com o know-how adquirido no estudo anterior, a maior dificuldade desta fase será o traslado dos restos mortais até o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde os exames serão realizados. Isso porque, se na primeira vez os nobres estavam sepultados na cripta do Parque da Independência, no Ipiranga, d. Pedro II e família estão bem mais distantes: a 463 km da capital paulista, no Mausoléu Imperial, na Catedral de Petrópolis, no Rio.
Os responsáveis pelo estudo ainda analisam se o transporte será realizado por via terrestre ou aérea - mas já sabem que ao menos no primeiro trecho, o da Serra de Petrópolis, o transporte deve ser rodoviário.
Assim como nos trabalhos realizados em 2012, os restos mortais da família devem ser submetidos a uma bateria de exames, como tomografias e ressonâncias magnéticas. As análises serão acompanhadas por radiologistas e patologistas, entre outros especialistas. Os diagnósticos são de ponta. Cálculos realizados a pedido da reportagem em 2013 mostravam que exames similares não sairiam por menos de R$ 150 mil.
Acredita-se que o corpo da princesa Isabel esteja embalsamado - o que é visto com otimismo pelos pesquisadores, uma vez que um corpo bem conservado propicia pesquisas avançadas. Uma das surpresas do estudo anterior foi o fato de d. Amélia, segunda mulher de d. Pedro I, estar mumificada.
Segredo
Realizados em sigilo entre fevereiro e setembro de 2012, os estudos com d. Pedro I e suas duas mulheres foram divulgados com exclusividade pela reportagem em fevereiro de 2013.
Entre outras revelações, o estudo desmentiu a versão histórica de que d. Leopoldina teria caído, ou sido derrubada, de uma escadaria e fraturado o fêmur. Ficou provado que d. Pedro I tinha quatro costelas fraturadas, resultado de dois acidentes a cavalo.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.