Jornal Estado de Minas

Para empresários, espaços ociosos podem ser alternativa para rolezinhos

A sugestão foi dada por um grupo de empresários ao ministro Gilberto Carvalho. Para o setor, até que esses espaços sejam definidos, os shoppings devem continuar fechando as portas, em nome da segurança de clientes

Agência Brasil
A destinação de espaços públicos ociosos para o encontro de jovens pode ser uma alternativa para dar fim aos chamados rolezinhos. A sugestão foi dada pelo presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Shahyoun, e por um grupo de empresários ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, durante reunião hoje (29) no Palácio do Planalto.
“A gente sugeriu para o governo federal que pudesse nos apoiar no sentido de fortalecer com todas as prefeituras e os governos dos estados a busca por áreas que estão desativadas. Existem muitas áreas ociosas, existem hoje muitos espaços públicos que podem ser aproveitados por essa juventude, por esses adolescentes”, disse o presidente da Alshop.

Nabil Shahyoun deu como exemplo o sambódromo de São Paulo que, segundo ele, praticamente só é utilizado duas vezes por ano: no carnaval e durante a Fórmula Indy. O empresário disse ainda que a grande preocupação dos shoppings é que “esses jovens não entrem em grupos muito grandes”. Até que os governos definam os espaços que serão usados e montem uma programação para entreter esse público, em caso de organização de grandes concentrações em redes sociais, os shoppings devem continuar fechando as portas, em nome da segurança de clientes, defendeu Shahyoun.

“Se a gente continuar tendo essas convocações, os shoppings vão continuar fechando porque a coisa mais importante para os empreendimentos é a segurança que a gente não pode abrir mão”, ressaltou o presidente da Alshop que estima que, em 30 dias, o prejuízo no faturamento foi de aproximadamente 25%.

Na avaliação do presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT) , Ricardo Patah, tanto a Polícia Militar quanto os seguranças dos shoppings precisam de capacitação. “Tanto a PolÍcia Militar do Brasil quanto os próprios seguranças dos shoppings não estão capacitados para esse tipo de atividade. A nossa sugestão é capacitá-los para vivenciar esse novo momento que o Brasil está vivendo."

Para ele, que é contra o fechamento dos shoppings, o movimento vai diminuir naturalmente com a volta às aulas. Patah disse ainda que o fechamento de alguns shoppings foi precipitado o que prejudicou a sociedade e os trabalhadores que deixaram de ganhar suas comissões.

Também participaram da reunião no Palácio do Planalto, as ministras Marta Suplicy (Cultura), Luiza Bairros (Igualdade Racial), a secretária nacional da Juventude, Severine Macedo, a presidenta da Associação Brasileira de Franchising, Maria Cristina Franco, o diretor do Shopping Ibirapuera, Vidal Ritvo Veicer, o representante da Rede de Shopping Centers Tenco, Eduardo Gribel, e o presidente da Puket, Cláudio Bobrow. O grupo deve voltar a se reunir para uma nova avaliação em 20 dias.