A onda de ataques a ônibus na maior capital do país já prejudicou cerca de 200 mil pessoas, segundo levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Transportes. Neste ano, 58 ônibus – média de dois a cada dia – foram incendiados ou depredados na Região Metropolitana de São Paulo, 31 deles na capital. O prejuízo das empresas é de cerca de R$ 500 mil por ônibus. Temendo novos ataques, ao menos 22 linhas de ônibus circularam ontem com restrição ou tiveram as viagens suspensas. Com isso, muitos passageiros tiveram que fazer os percursos a pé para chegar a suas casas.
Familiares dos detidos afirmaram que eles não participaram da manifestação e que viram o ônibus ser queimado pela TV e ao saírem na rua foram presos porque estavam vestindo a camisa com a foto de Guilherme. Já a PM afirma que os detidos fazem parte do grupo de 30 pessoas que queimou o ônibus e que eles foram capturados quando se preparavam para atear fogo em um segundo coletivo.
Na terça-feira, outros oito suspeitos, sendo dois homens e seis adolescentes, já tinham sido detidos por suspeita de participarem dos atos de vandalismo na região. A SPTrans informou, por meio de nota, que solicitou formalmente reforço policial preventivo nos bairros com dificuldades de operação, entre eles alguns na Zona Sul da capital. “A SPTrans entende que a polícia precisa tomar providências para que a situação volte à normalidade”, diz o comunicado.
O secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, afirmou que a sequência de ônibus queimados virou estratégia de grupos para dar visibilidade a protestos com diferentes motivações e que o governo já está apurando se há ação de organizações criminosas envolvidas.