Uma assembleia feita pelos rodoviários de Porto Alegre (RS), no final da tarde desta sexta-feira, manteve a postura de deixar todos os ônibus nas garagens durante a greve, iniciada na última segunda-feira (27). A decisão dos trabalhadores vai contra um acordo assinado ontem (30) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O acordo garantia metade da frota nas ruas ainda hoje e 100% dela a partir de sábado pelos próximos 12 dias.
O acordo foi assinado por integrantes da comissão de negociação e do sindicato. Os trabalhadores, no entanto, não concordaram com o combinado, que foi assinado sem uma assembleia prévia. “Eram cerca de mil trabalhadores do lado de fora do tribunal. E quando a comissão de negociação levou o acordo para os trabalhadores, eles não aceitaram”, explicou a assessoria do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre.
A sexta-feira foi o quinto dia de greve rodoviários. As negociações, no entanto, estão estagnadas. De acordo com o gerente executivo do Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre, Luiz Mário Magalhães, as conversas só terão início quando for cumprido o acordo assinado no TRT.
Na última segunda-feira, os rodoviários da capital gaúcha cruzaram os braços e apenas 30% da frota saiu para atender a população. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Porto Alegre, as principais reivindicações são redução da carga horária para seis horas diárias, aumento do vale-refeição para R$ 20 por dia, reajuste salarial de 14% e o fim do banco de horas.
A prefeitura da cidade, porém, considerou insuficiente a quantidade de ônibus na rua e solicitou ao TRT um aumento da frota. O tribunal, então, determinou que 70% da frota rodasse em horários de pico e, nos demais horários, 30% dos ônibus deveriam atender à população. Os rodoviários, no entanto, decidiram não cumprir a determinação judicial.
Mesmo havendo uma multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento, nenhum ônibus rodou em Porto Alegre a partir da tarde de quarta-feira (29). Hoje (31), o valor da multa aumentou para R$ 100 mil.
Ônibus foram depredados na quarta-feira. Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus, eram funcionários que não aderiram à greve e tiveram os veículos vandalizados nas ruas. Foram 22 ônibus quebrados. A assessoria do Sindicato dos Rodoviários condenou os atos de violência. “O pessoal do sindicato não foi. Não lidamos com vândalos”.