O processo tramita em segredo de Justiça. O prefeito é suspeito da prática de crimes sexuais contra crianças entre 9 e 11 anos naquele município e já havia sido preso nos anos de 2007 e 2009 e respondido sobre o assunto à CPI da Pedofilia na Câmara.
Contra ele tramitam pelo menos 70 ações na Justiça do Amazonas. Apesar da gravidade de algumas das acusações, os processos estão parados à espera de julgamento. O assunto voltou à tona nesta semana, após reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.
A lentidão nos processos chamou a atenção da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que pediu o afastamento do prefeito do cargo. Segundo ela, há várias denúncias de coação de testemunhas e deveria ainda ser estudado o envio do caso para a Justiça Federal. Vítimas também alegam que o poder do prefeito e de pessoas ligadas a ele contribuiriam com o atraso nos processos.
Em 2006, a Polícia Federal começou a investigar Pinheiro por indícios de desvio de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Com base nas escutas telefônicas autorizadas é que surgiram as denúncias de pedofilia.
O advogado de Adail Pinheiro, Alberto Simonetti, ressaltou que não tinha conhecimento de que a prisão de seu cliente havia sido decretada. Só irei me pronunciar quando tiver o documento em minhas mãos. Simonetti chegou a ingressar nesta sexta-feira (07) na Justiça com um pedido de garantia da integridade de seu cliente, para garantir que o prefeito não fosse preso.
Segundo o procurador-geral do Ministério Público amazonense, Francisco Cruz, o pedido de prisão teve por base informações da força-tarefa enviada ao município de Coari no ano passado. Tomamos essa decisão para garantir a ordem pública, evitar que novas vítimas sejam molestadas e testemunhas sejam ameaçadas. Além do prefeito de Coari, outras cinco pessoas, entre elas agentes públicos, foram denunciadas por meio dessa ação.
CPI
Na quinta-feira (06), 19 deputados estaduais assinaram o requerimento para a criação e instalação de uma CPI da Pedofilia no Estado. O procedimento será analisado na próxima semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.