Ao delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, que investiga o caso, Raposo contou que estava no protesto quando viu uma pessoa derrubar um artefato no chão. Ele pegou o rojão e ficou com o artefato por alguns minutos, até que o rapaz de camiseta cinza, que Raposo diz desconhecer, lhe pediu o rojão. O tatuador entregou o artefato, que foi aceso pelo suposto desconhecido.
Raposo já foi detido em duas manifestações anteriores, por agressão e depredação, segundo seu advogado, Jonas Tadeu Nunes, que esteve na 16ª DP com Raposo. Após prestar depoimento, o tatuador foi liberado. A polícia analisa se vai pedir sua prisão preventiva.
"As imagens deixam claro que ele estava junto com o principal suspeito de ter acendido o rojão, os dois estavam agindo em conjunto. Ele disse que não conhece esse homem, mas não nos convenceu", disse o delegado.
Embora negue ter levado o rojão ao protesto ou ter aceso o artefato, Raposo será indiciado, segundo o delegado, pelos mesmos crimes que serão atribuídos à pessoa que acendeu o rojão: explosão e tentativa de homicídio, esta qualificada por uso de explosivo.
Esse outro cara veio e falou pra mim: `Pô, passa aí pra mim que eu vou e jogo'. Aí eu peguei e passei pra ele. Não fui eu, eu não tive a intenção de machucar ninguém e só estou vindo aqui porque estou assustado demais", afirmou Raposo à TV Globonews. O tatuador disse que não conhece o rapaz a quem deu o rojão. "Ele estava no meio da manifestação, eu até tinha visto porque ele é um cara alto, que chama a atenção. Mas eu fui sozinho, e passei (o rojão) pra ele por acaso."
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o cinegrafista atingido continua em coma induzido, internado em estado gravíssimo, mas estável, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Uma tomografia feita ontem de manhã mostrou que a hemorragia no cérebro foi contida..