Numa parede do playground do prédio onde mora o tatuador Fábio Raposo Barbosa, de 22 anos, preso e indiciado por envolvimento na explosão do rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade durante protesto na quinta-feira, no Rio, estão pichadas as frases "black bloc" e "fuck the police", segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, que investiga o caso.
Policiais estiveram no apartamento de Barbosa na manhã de ontem, após prender o tatuador na casa de sua mãe, no Recreio dos Bandeirantes (Zona Oeste do Rio). O objetivo era procurar objetos que indicassem a ligação dele com alguma organização ou movimento social. Segundo o delegado, a autoria das pichações é atribuída por vizinhos a Barbosa. Foram apreendidos três telefones celulares, a memória do computador do tatuador, a bermuda e a camiseta que ele usava durante o protesto.
A polícia vai pedir a quebra de sigilo dos aparelhos e da internet para avançar na investigação. Segundo o delegado, caso Barbosa integre alguma organização e fique provado que já praticou atos em conjunto com esse grupo, pode ser enquadrado também pelo crime de organização criminosa. O perfil de Barbosa na rede social Facebook foi desativado antes de sua prisão, mas uma equipe especializada da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) tenta recuperar a página.
O delegado Maurício Luciano disse ontem que um morador do prédio onde Fábio Raposo mora sozinho no Méier, na Zona Norte do Rio, foi ouvido informalmente. Segundo ele, há uma pichação no play do prédio que faz referência aos black blocs.