Protesto com mais de 20 mil integrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) complicou o trânsito na Região Central de Brasília e levou caos à Praça dos Três Poderes, na tarde desta quarta-feira (12/2). A sessão do Supremo Tribunal Federal foi suspensa, depois que os manifestantes ameaçaram invadir o prédio, por falta de segurança. Houve correria atrás do Congresso Nacional, a polícia disparou bombas de efeito moral e balas de borracha. Três militantes ficaram feridos. Um foi atingido com uma bala de borracha na testa, outro por um golpe de cacetete, também na testa, e o terceiro com pedaços de madeira que foram jogados pelos próprios integrantes do movimento. Um homem foi preso e três policiais também ficaram feridos.
Depois de descer o Eixo Monumental e gritar palavras de ordem no Setor de Embaixadas, o grupo também protagonizou confusão diante do Palácio do Planalto. Os manifestantes derrubaram a grade de proteção na Praça dos Três Poderes, em frente à sede do Executivo. Além das grades, faixas e pedaços de madeira foram jogadas contra os policiais militares, que reagiram com spray de pimenta.
A sessão plenária do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira (12/2) foi suspensa após manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) ameaçarem invadir o edifício sede do STF. Dentre as pessoas que carregam também bandeiras vermelhas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT), alguns chegaram a derrubar parte das grades de contenção instaladas pelo Supremo.
Seguranças da Corte e policias militares conseguiram conter os manifestantes e fizeram um cordão humano protegendo a entrada da sede do Judiciário.
Por volta das 16h10, quando informado por seguranças sobre o risco de invasão, o ministro Ricardo Lewandowski imediatamente suspendeu a sessão, e fez questão de avisar que o Tribunal podia ser invadido. Diante da ameça, ele tomou a medida por questões de segurança.
No meio da tarde, em frente à Embaixada dos Estados Unidos, os policiais militares fizeram um bloqueio - na tentativa de proteger o local -, o que gerou empurra-empurra. Na confusão um policial chegou a sacar uma arma não-letal de laser, mas não disparou.
O protesto faz parte do Congresso Nacional do movimento sem terra, realizado esta semana na capital. Além de representantes dos 23 estados, há um grupo de 250 pessoas ligadas a movimentos sociais de outros países.
No caminho de volta à Esplanada dos Ministérios pelas vias L2 e L4, os manifestantes prometem passar pelo Congresso Nacional e pelo Palácio do Planalto, para entregar uma carta-manifesto à presidente Dilma Rousseff .