"A dúvida que a sociedade quer ver esclarecida é quais são os diretórios regionais e partidos políticos ou parlamentares que estão por trás disso tudo", diz Cunha. "Precisamos urgente de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso Nacional para que possamos investigar esse tipo de situação", complementa.
Em seu depoimento à polícia, Caio citou o PSOL e o PSTU, além da Frente Independente Popular (FIP), como organizações que fariam os pagamentos. O pagamento seria de R$ 150,00. Os partidos negam apoiar atos de violência.
A proposta de Eduardo Cunha tem boas chances de avançar porque tiraria os políticos tradicionais na defensiva no debate sobre manifestações. No caso do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral, correligionário de Cunha, é um dos principais alvos dos protestos. Na Câmara, deputados petistas acompanham com atenção as denúncias de interesses políticos nas manifestações por entender que um debate nesta direção pode retirar a força dos protestos durante a Copa do Mundo e evitar danos a presidente Dilma Rousseff em ano eleitoral.
Parlamentares ligados às polícias também apoiam a ideia. O deputado Fernando Francischini, líder do Solidariedade e delegado da Polícia Federal, também defende a "CPI do Black Bloc" e anunciou que vai coletar assinaturas na Câmara.