No dia 22 do mês passado, cinco diretores da Apoglbt, após período de recebimento de sugestões de tema, haviam escolhido "País vencedor é País sem Homofobia. Chega de Mortes! Criminalização Já!". A proposta retoma o pedido de aprovação do PLC 122/2006 que pune homofobia. No dia 30, porém, uma petição foi aberta no Avaaz e, até as 14h desta quinta-feira, 20, obteve a assinatura de 6,5 mil internautas em defesa do tema "Eu respeito travestis e transexuais e quero a aprovação do Projeto de Lei João Nery!". A direção da entidade havia publicado, no dia 11 deste mês, em seu site que o tema não poderia ser alterado.
A ativista transfeminista Daniela Andrade, de 33 anos, participou da reunião que alterou o lema do evento deste ano. Foi ela quem criou a petição online. "A Parada tem 18 anos e nenhuma edição teve um tema específico para o 'T' da sigla LGBT. As transexuais e travestis, certamente, são a população mais vulnerável do ponto de vista socioeconômico. Muito da violência sofrida por 'trans' acontece porque não há o reconhecimento legal do Estado brasileiro para essa população." Para Daniela, a mobilização nas redes sociais levou à mudança. "Foi uma vitória da população trans e de seus aliados", disse.
Nome da lei.
O psicólogo e escritor João Nery, de 64 anos, que deu nome à lei de identidade de gênero, é considerado o primeiro transexual masculino do Brasil. Ele comemorou a decisão da direção da Parada. "Estou felicíssimo. Afinal, lutei para isso", afirmou.