Jornal Estado de Minas

Manifestantes investigados têm de ir à delegacia na mesma hora que protesto

Grupo Black Bloc critica medida da polícia em rede social e considera intimação como método de "intimidação"

Manifestantes investigados por dano ou formação de quadrilha durante protestos em São Paulo foram intimados a comparecer a delegacia para prestarem depoimentos.
O documento da intimação foi divulgado na página dos Black Blocs no Facebook. O horário marcado para o comparecimento é próximo da hora em que um novo protesto está agendado em São Paulo, neste sábado, 22. Os Black Blocs criticam o documento, questionando se é uma "intimação" ou "intimidação".

Na manhã desta sexta-feira, 21, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) fez uma demonstração para a imprensa do potencial do artefato encontrado com o estoquista Fabrício Chaves, de 22 anos, na manifestação do dia 25 de janeiro. De acordo com a polícia, apenas parte da substância encontrada dentro de latas de alumínio na mochila do manifestante foi usada na demonstração.

Ao acender o pavio, a substância pegou fogo de forma localizada soltando um pouco de fumaça. Depois de alguns segundos a quantidade de fumaça aumentou, mas não houve explosões. "A queima feita aqui foi de uma quantidade bem menor do que a encontrada (com os manifestantes Fabrício Chaves e Marcos Rosencrantz no dia 25 de janeiro). Era uma lata de cerveja cheia, disse o capitão do Gate Ricardo Folkis.
Ele explica que o material não é explosivo, mas sim incendiário.

"Dependendo do local que pegasse e o tempo de contato com a chama, poderia até causar a morte de uma pessoa". Segundo a PM, a composição é feita de açúcares e outras substâncias que, por questões de segurança, não foram reveladas. O Gate também fez a demonstração da explosão de um rojão de vara como o que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade no Rio de Janeiro. Poucos segundos após ser acionado, o rojão chegou em grande velocidade a uma distância de pelo menos 50 metros antes de explodir.

Ninja

Um "pelotão ninja" da Polícia Militar, especializado em artes marciais e sem armas de fogo, atuará pela primeira vez na manifestação marcada este sábado no centro de São Paulo. O ato intitulado "Não vai ter Copa" está marcado para as 17h, na República. Até às 13h, mais de 13 mil pessoas estavam confirmadas na página do evento no Facebook.

O capitão Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar, explicou que a ideia dessa tropa é agir pontualmente. "Esse pelotão agirá de maneira pontual e vai utilizar recursos menos agressivos". De acordo com Massera, a tropa estará uniformizada e armada com uma tonfa, espécie de cassetete com um suporte para segurar (em formato de L)..