Os depoimentos começaram por volta das 16 horas. O diretor do Deic, delegado Wagner Giudice, disse que a decisão de convocar os depoimentos durante a manifestação também fazia parte da estratégia de conter o protesto, a exemplo do que ocorre na Inglaterra em dias de jogos de futebol. Essa estratégia, segundo a polícia, pode ser usada em novos protestos. "Vamos analisar ainda", disse Giudice.
O inquérito policial para investigar a atuação dos black blocs foi iniciado em outubro de 2013. Segundo Giudice, quase 300 pessoas já foram ouvidas. O objetivo do inquérito é identificar os organizadores dos atos de vandalismo em manifestações, que devem, segundo a polícia, ser indiciados por formação de quadrilha e associação para o crime.
Advogados ligados a movimentos sociais e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) acompanharam os depoimentos.
Buscas
Pela manhã, o Deic apreendera cinco computadores, faixas de protesto, sprays de tinta, máscaras, entre outros itens usados em protestos. Foi uma ação preventiva. "Pela primeira vez, cumprimos mandados de busca e apreensão tendo em vista as manifestações de hoje. Sabemos que alguns desses manifestantes tinham cometido crimes", afirmou Giudice.
O material estava na casa de manifestantes no Jardim D'Abril, em Osasco, no bairro de Laranjeiras, na zona leste de São Paulo, e na Cohab 2, em Itaquera, também na zona leste. Ninguém foi detido. Entre os itens, estavam crachás de imprensa para acesso à Assembleia Legislativa. Segundo o Deic, os crachás eram usados para disfarçar os black blocs.
Giudice disse que os computadores apreendidos serão examinados para mostrar como os black blocs se comunicavam. "Montamos um quebra-cabeça para saber quem organiza o quebra-quebra. Vamos analisar como se comportam pela internet, como é feito o pacto de cometimento de crime.