Parte desses conflitos podem ser percebidos em números. Crimes como lesão corporal, por exemplo, cresceram 13,6% entre 2012 e 2013.
Há três meses, o professor de inglês Flávio Brebis, 42 anos, foi alvo de dois jovens, em Taguatinga, por causa da opção sexual. “Xingaram-me de ‘viadinho, gay, boiola’. Um deles só não me bateu porque tinha muita gente em volta, e o outro o conteve”, conta. Michel Platini, do Grupo Estruturação LGBT de Brasília, ressalta que a homofobia não vitimiza apenas os homossexuais. “Nós já vimos pai e filho serem confundidos com homossexuais, e, por isso, serem vítimas de violência gratuita”, lamenta Platini.
Recentemente, a pele negra de duas trabalhadoras foi motivo para despertar o ódio de mulheres brancas. Na tarde de 15 de fevereiro, a cobradora Claudinei Gomes, 33 anos, foi xingada de “negra ordinária e preta safada” por uma passageira irritada. Ao tentar denunciar o caso na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), ela foi desencorajada por um agente a registrar a ocorrência. No dia anterior, a australiana Louise Stephanie Garcia Gaunth chamou de “raça ruim” a cabeleireira Tássia dos Anjos, 22, em um salão de beleza da 115 Sul. A estrangeira ficou presa apenas algumas horas..