Lucas Xavier, 27 anos. Tássia dos Anjos, 22. Claudinei Gomes, 33. Yan Lopes, 18. Célia Maria Otaviano, 24. As recentes vítimas da intolerância revelam uma das faces da violência no Distrito Federal. Marcadas por hematomas no rosto, braços e pernas quebrados e traumas psicológicos, elas refletem o preconceito de agressores que não respeitam diferenças, como raça e opção sexual, e ainda demonstram o desprezo pela vida.
Há três meses, o professor de inglês Flávio Brebis, 42 anos, foi alvo de dois jovens, em Taguatinga, por causa da opção sexual. “Xingaram-me de ‘viadinho, gay, boiola’. Um deles só não me bateu porque tinha muita gente em volta, e o outro o conteve”, conta. Michel Platini, do Grupo Estruturação LGBT de Brasília, ressalta que a homofobia não vitimiza apenas os homossexuais. “Nós já vimos pai e filho serem confundidos com homossexuais, e, por isso, serem vítimas de violência gratuita”, lamenta Platini.
Recentemente, a pele negra de duas trabalhadoras foi motivo para despertar o ódio de mulheres brancas. Na tarde de 15 de fevereiro, a cobradora Claudinei Gomes, 33 anos, foi xingada de “negra ordinária e preta safada” por uma passageira irritada. Ao tentar denunciar o caso na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), ela foi desencorajada por um agente a registrar a ocorrência. No dia anterior, a australiana Louise Stephanie Garcia Gaunth chamou de “raça ruim” a cabeleireira Tássia dos Anjos, 22, em um salão de beleza da 115 Sul. A estrangeira ficou presa apenas algumas horas.