Além da ação na OIT, os líderes dos principais partidos de oposição no Congresso informaram que encaminharão uma carta de alegações à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização Mundial da Saúde (OMS), entidades às quais a OPAS está vinculada, para que seja apurado se a conduta dos agentes da OPAS - a diretora que assinou o contrato e seus representantes no Brasil e em Cuba - fere os códigos de ética estabelecidos por essas entidades. Os parlamentares destacam que o modelo de contratação dos médicos cubanos não é igual ao adotado por outros países, como afirma o Ministério da Saúde. Os profissionais de Cuba são recrutados com a chancela da OPAS, mas sua contratação é feita por uma empresa sediada em Havana, a Comercializadora de Servicios Cubanos S.A.
Os deputados também querem uma audiência com a representação da OPAS em Brasília para obter os detalhes da contratação dos médicos cubanos. "São intrigantes o silêncio da OPAS e o sigilo que se quer impor sobre as condições de contratação dos profissionais cubanos para o Mais Médicos", afirmou Imbassahy, em nota distribuída pela assessoria de imprensa da bancada. Sob a justificativa de que o Mais Médicos dá tratamento desigual aos médicos cubanos, a oposição também prepara uma ofensiva na Câmara.
Ações questionando o governo também foram encaminhadas à PGR. Os tucanos protocolaram no dia 19 uma representação contra Padilha e o atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, onde denunciam que os médicos cubanos precisam de autorização prévia de seus superiores para se ausentar do trabalho. Outra representação, protocolada no dia seguinte, solicita à PGR que apure se a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) praticou crimes de improbidade administrativa e prevaricação em relação ao tratamento dado aos médicos cubanos..