São Paulo, 02 - A Mocidade Alegre, atual campeã do carnaval em São Paulo, é a terceira a desfilar na segunda noite do Anhembi e chega cantando a fé. No ano passado, a escola conquistou o bicampeonato com o enredo “A sedução me fez provar, me entregar à tentação... da versão original, qual será o final?”.
Para dar vida ao enredo "Andar com fé eu vou... Que a fé não costuma falhar!", os carnavalescos Márcio Gonçalves e Sidnei França decidiram abrir a apresentação tocando no tema da fé como crença em algo que os olhos não veem. Na sequência, a Mocidade aborda as religiões, passa ainda pela fé no sobrenatural e na bruxaria e apresenta a crença nas previsões. Para fechar o desfile, o enredo se inspira na fé que move montanhas - fala sobre cura de doenças e superação de limites.
A presidente da escola, fundada em 1967 e sediada no bairro do Limão, zona norte, é Solange Cruz Bichara Rezende. Seu marido, Marcos Rezende, conhecido como Mestre Sombra, é o vice-presidente da escola e também o diretor de bateria. Sob o comando de Solange, a Mocidade foi a vitoriosa no carnaval cinco vezes - em 2004, 2007, 2009, 2012 e 2013 - conquistou duas vezes a posição de vice-campeã, em 2008 e 2010, e ficou em terceiro lugar em 2005 e 2006.
A rainha da bateria neste ano é novamente Aline Oliveira e a musa, Lanna Moraes. Emerson Ramires e Karina Zamparolli são o casal de mestre-sala e porta-bandeira e o intérprete do samba-enredo é Igor Sorriso. A Mocidade entra na avenida com 3,5 mil componentes, 25 alas e 5 alegorias. O ator e diretor teatral Cássio Scapin, famoso por protagonizar o personagem Nino, do Castelo Rá-Tim-Bum, participa do desfile.
Confira o samba-enredo da Mocidade Alegre:
Andar com fé eu vou... Que a fé não costuma falhar!
Obrigado meu Deus
Pela fé que me guia
Em romaria, na procissão.
Acendo velas na caminhada
E fecho os olhos em devoção
Ó Pai… Conduz teus fieis a buscar
Na eternidade encontrar a salvação
Religiosamente acreditar
Não importa a luz que te faz caminhar
Tenha fé que a fé não costuma falhar
Arruda pra benzer, ervas pra curar
Tem reza forte da Maria Benzedeira
Firma o batuque no meio desse terreiro
Na crença do mandingueiro
Figa de guiné, patuá
Segue o cortejo pelas ruas da cidade
Tantas promessas, mercadores de ilusão
E tem videntes, cartomantes, ciganas
Destino na palma da mão
O amanhã, o futuro virá
Eu boto fé, tudo vai melhorar
Basta querer, acreditar, tá dentro de você
É o povo abraçado em comunhão
Agradecido, chega ao fim a procissão
Brilho nos olhos, alma lavada e paz no coração
De joelhos eu vou cantar
Tenho fé de verdade, vou além
Na Mocidade o samba diz amém