De acordo com a EPTC, as duas empresas atendem a cerca de 80 mil passageiros durante o horário de pico da manhã. “Fizemos um trabalho de remanejamento de ônibus de outros consórcios para suprir emergencialmente a falta de atendimento. Além disso, liberamos o transporte de passageiros em pé, nas vans que já tinham autorização prévia da prefeitura. Elas geralmente só transportam passageiros sentados”, informou o assessor da EPTC Cláudio Furtado.
“Mesmo com essas frentes de ações, estimamos que 25 mil usuários sofreram algum tipo de prejuízo durante o pico da manhã”, acrescentou o porta-voz da EPTC. Segundo ele, a paralisação foi motivada por “questões trabalhistas”, relativas a descontos dos dias parados durante a greve que ocorreu entre os dias 27 de janeiro e 10 de fevereiro, e também pela demissão de funcionários e insatisfações com o plano de saúde oferecidos pelas empresas.
Segundo a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), entidade que representa as empresas prestadoras do serviço de transporte público, o protesto é contra o desconto dos dias parados e contra a demissão de um funcionário de cada empresa. “As duas demissões foram sem maiores traumas e sem justa causa. Ou seja, foram pagas as indenizações das parcelas rescisórias”, disse o vice-presidente da ATP, Eloy Dias dos Reis.
“Quanto aos desconto dos dias parados, as empresas têm o suporte da liminar emitida pelo TRT4 (Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.
Durante a mesa de negociação – da qual participaram o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre, uma comissão eleita pelos trabalhadores, além de representantes da ATP, do TRT, do Ministério Público do Trabalho (MPT), da EPTC e prefeitura de Porto Alegre – ficou decidido um aumento 7,5% no salário (o pleito inicial da categoria era 14%) e aumento do vale-refeição de R$ 16 para R$ 19 por dia trabalhado.
“Quanto ao plano de saúde, foi acordado que o aumento brutal dos valores cobrados pelas operadoras seria absorvido pelas empresas. Com isso, o plano foi mantido”, acrescentou Reis. A ATP diz que não pretende reabrir negociações sobre a decisão judicial que autorizou o desconto dos dias parados..