O "Linhão Caipira" é formado por dezenas de caminhões e ônibus transportando detentos que estão sendo transferidos de um presídio para outro, ou saindo de centros de detenção provisória para cumprir pena nas penitenciárias. Eles saem de diversas unidades do interior e se encontram em Dracena, onde a troca de detentos é feita entre os veículos. A troca desta sexta-feira previa que 550 detentos seriam trazidos a Dracena, mas além do piquete, muitos 'bondes' não saíram de suas unidades porque os agentes impediram.
Nos piquetes, os grevistas barraram oito caminhões e um ônibus com aproximadamente 150 detentos. Eles se posicionavam na rua de entrada do presídio e quando surgia um "bonde" paravam de mãos dadas em frente aos veículos, para impedir a passagem. Depois de gritar palavras de ordem e contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), os manifestantes, muitos vestidos com camisetas e coletes da CUT e Força Sindical, aplaudiam quando os veículos voltavam de ré ou faziam o retorno - quase sempre depois de agentes conversarem com os motoristas.
Além de detentos, advogados também foram impedidos de entrar na unidade, como o criminalista Robson Fernandes, que disse ser morador de São Bernardo do Campo e teria viajado 700 quilômetros para visitar seu cliente.
Outro lado
A Secretaria de Administração Penitenciária informou que certamente os dois sindicatos devem ser multados por desobedecer a decisão judicial, mas que estava apurando se os diretores das unidades tinham conhecimento da liminar. Segundo a SAP, os diretores dos sindicatos não tinham sido notificados da decisão da Justiça o que facilitou para que organizassem os piquetes..