Moradora do Morro da Congonha, em Madureira, zona norte, a mulher havia sido baleada momentos antes, durante uma troca de tiros entre PMs e traficantes na favela. Os PMs, então, colocaram Claudia no porta-malas de uma Blazer da corporação para levá-la ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, zona norte.
No meio do caminho, a porta do compartimento abriu. Desacordada, Claudia caiu de dentro do porta-malas, mas ficou presa ao para-choque da viatura por um pedaço de roupa. Ela foi arrastada por cerca de 250 metros, batendo contra o asfalto. A mulher ficou ainda mais ferida, com o corpo em carne viva.
A cena foi filmada por um cinegrafista amador, na altura da Estrada Intendente Magalhães, por volta das 9h.
Em nota, a Polícia Militar informou que "este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida e dignidade humana". A Polícia Civil também investiga o caso. Além de Claudia, um suspeito de envolvimento com o tráfico também foi baleado na operação.
Policiais da 29ª Delegacia de Polícia (Madureira) estiveram na favela e realizaram uma perícia. Dois fuzis utilizados pelos PMs durante a incursão no Morro da Congonha foram apreendidos.
Claudia era casada e tinha quatro filhos. Revoltados com a morte de Claudia, moradores do Morro da Congonha atearam fogo em dois ônibus e apedrejaram uma viatura da PM, na noite de domingo, na Avenida Ministro Edgard Romero, a principal de Madureira. A via já havia sido interditada de manhã pelos moradores.
Outro caso
Em 7 de fevereiro de 2007, o menino Jão Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, morreu após ter sido arrastado por sete quilômetros, preso ao cinto de segurança do lado de foram do carro da mãe, depois que a família sofreu um assalto num sinal de trânsito no bairro de Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio.
Quatro homens que participaram do crime foram condenados pela Justiça. Também fazia parte do bando um jovem que na época do crime tinha 16 anos. Ele ficou três anos internado numa instituição para menores infratores, e obteve a liberdade assistida em 2011. Um ano depois, voltou a ser preso: desta vez, por tráfico de drogas..