Representantes de quatro sindicatos de agentes penitenciários paulistas estão reunidos com uma comissão do governo estadual nesta terça-feira, 18, segundo o diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo (Sindasp) Donizete de Paula Rodrigues. O encontro é para discutir as reivindicações da categoria, em greve há oito dias.
Além do Sindasp, estão na reunião integrantes do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciários Paulista (Sindicop), Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sinfupesp) e do Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária (Sindespe). Cerca de 100 agentes penitenciários do Estado estão concentrados para uma manifestação na Praça Vinícius de Moraes, no Morumbi, zona sul da cidade.
Dependendo do resultado da negociação com o governo, os agentes pretendem caminhar até o Palácio dos Bandeirantes, também no Morumbi, para reivindicar melhores condições salariais. Segundo Rodrigues, a expectativa é de que 300 pessoas participem do ato. Os manifestantes estão uniformizados com o colete laranja da Força Sindical e, por enquanto, ainda não há interferência no trânsito da região. Eles usam apitos e um carro com som alto para chamar a atenção dos motoristas e pedestres.
"Nós queremos a diminuição de duas classes, o que resultaria em um aumento de por volta de 15%, mas o governo propôs a diminuição de apenas uma classe", explicou Rodrigues, sobre a reivindicação para facilitar a progressão de carreira na categoria. Segundo um agente penitenciário do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Campos, que preferiu não se identificar, não há um reconhecimento da categoria. "Ganhamos muito pouco e as nossas condições de trabalho são as piores possíveis. Além disso, a sociedade tem uma imagem horrível de nós, mas a grande maioria é trabalhador honesto e pai de família", disse.
Superlotação
Em relação às delegacias que estão superlotadas, Rodrigues afirmou que essa é uma realidade de muitas unidades prisionais. "Estamos superlotados faz tempo. Há unidades prisionais com três mil presos, mas a capacidade é de 768 pessoas", afirmou o presidente da Sindasp.
A paralisação dos agentes de segurança penitenciária é considerada, segundo os sindicatos, como a maior já realizada pela categoria. De acordo com o Sindasp, 95% das unidades e dos servidores aderiram ao movimento, o que corresponde a 150 das 158 unidades do Estado e 28,5 mil dos 30 mil funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária.