Duraram cerca de quatro horas os depoimentos dos três policiais militares que estavam na viatura onde foi colocada Claudia Ferreira, moradora do Morro da Congonha, que acabou arremessada para fora do veículo quando a porta de trás se abriu. Claudia foi baleada no último domingo (16), durante uma operação policial na comunidade e foi colocada no porta-malas da viatura, que se abriu no caminho e ela foi arrastada por cerca de 350 metros.
O advogado Marcos Espínola, que defende o PM que estava dirigindo a viatura, alegou que o cliente não se deu conta de que a porta traseira do veículo estava aberta e que Claudia estava sendo arrastada na pista. De acordo com ele, o motorista só descobriu isso quando foi alertado por um outro policial. “Ele não viu e só parou a viatura porque um outro policial que estava do lado dele falou para parar, quando ele notou a porta aberta. Aí, eles foram lá e colocaram a senhora para dentro.”
O advogado entrou com pedido de liberdade provisória para o cliente e aguarda decisão da Justiça Militar.
O delegado Carlos Henrique Machado, responsável pela o caso, disse ser importante fazer a reconstituição, mas alegou que é preciso haver um planejamento prévio de segurança, pois o Morro da Congonha é dominado por traficantes. Machado reconheceu que é difícil ouvir moradores da comunidade, pois muitos poderiam ter ou sofrer influência do tráfico.
Segundo o delegado, dois policiais militares que participaram da ação na comunidade, ouvidos mais cedo, afirmaram em depoimento que não viram Claudia quando atiraram contra os traficantes. Mais três PMs vão depor amanhã (20), totalizando oito o número de policiais que participaram da operação no Morro da Congonha.