Jornal Estado de Minas

Mau tempo interrompe buscas por bimotor no Pará

São Paulo, 20 - Nesta quinta-feira, 20, pela manhã, a Força Aérea Brasileira (FAB) retomou as buscas pelo bimotor desaparecido no Pará, mas ainda há pouco os sobrevoos foram interrompidos devido ao mau tempo, que tem comprometido a visibilidade.
Até a tarde de quarta-feira, 19, não havia nenhuma novidade, mesmo com 80% da área estimada já ter sido percorrida. As equipes iriam cobrir 1.165 km inicialmente, mas essa área já foi estendida. A FAB encabeça a operação com duas aeronaves, além de um helicóptero da Polícia Militar do Pará e dois aviões da Jotan Táxi Aéreo, empresa dona do modelo que desapareceu.

O sumiço foi notado por volta da 13h da terça-feira, 18, após o último contato do piloto e a acusação dos radares, aproximadamente 29 km à nordeste de Jacareacanga, sudoeste do Pará, de acordo com a FAB. O bimotor levava as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, o motorista Ari Lima, funcionários Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde e o piloto Luiz Feltrin de Itaituaba para Jacareacanga, no sudoeste do Estado. Eles iriam substituir outro grupo que prestava serviço em uma aldeia Munduruku, na região.

O bimotor modelo Beechcraft BE 58 Baron saiu de Itaituba às 11h40 da terça-feira, mas enfrentou mau tempo. Problema que continua atrapalhado as buscas, segundo informações do Salvaero da Região Amazônica, unidade da FAB que coordena as buscas na Região Norte.

Contato

A passageira Rayline Campos conseguiu mandar duas mensagens de texto para o celular do tio Rubélio Santos, que mora em Santarém (PA), minutos antes do desaparecimento. "Tio to em um forte temporal e o motor parou de funcionar.
Avisa a mamãe que amo muito todos. To aflita, to em pânico. Se eu sair bem aviso. To perto do Jacaré. Reza por nós. Não avisa a tia ainda", dizia às 12h17. A segunda mensagem, às 12h48, dizia "o motor ta parando. Socorro Socorro Tio Tio".

Ela passava cerca de 20 dias trabalhando e 20 dias morando com Rubélio. A família continua sem notícias. "Depois que ela mandou a mensagem, eu liguei para ela. Mas o celular só deu na caixa de mensagens. Aí eu me desesperei e avisei a Infraero daqui. Na verdade, eu continuo ligando, mas não consegui nada", declara o tio.
A Jotan Taxi Aéreo informou que ainda não vai se pronunciar sobre o caso..