A rede de supermercados Walmart, que já havia retirado o leite UHT das duas marcas de suas lojas de São Paulo e do Paraná, estendeu a decisão para o Rio Grande do Sul e recolheu o produto de suas lojas no Estado. O leite colocado sob suspeita foi recolhido em municípios do noroeste do Rio Grande do Sul em fevereiro e entregue à unidade da LBR Lácteos de Tapejara no início de fevereiro. A fiscalização do Ministério da Agricultura (Mapa) detectou adulterações e descobriu que 299 mil litros foram enviadas para processamento nas unidades da empresa em Lobato (PR) e Guaratinguetá (SP).
A fraude consiste na adição, ao leite, de água, para aumentar o volume, e ureia, produto que contém formol, considerado cancerígeno, para compensar a perda nutricional e driblar as análises mais simples. Fontes ligadas à investigação admitem que a presença da substância proibida, significativa na primeira etapa do transporte, pode acabar muito reduzida nas fases seguintes, quando o leite contaminado é misturado a outras cargas, puras, nos postos de resfriamento, e na indústria. A LBR, que estava pressionada pelo Ministério Público e pelo Mapa a expor quais os lotes foram processados com leite das cargas colocadas sob suspeita em Tapejara, emitiu novo comunicado nesta quinta-feira, 20, em seu site, reiterando, como na sexta-feira passada, que submeteu todas as cargas a análises e que todos os resultados foram negativos para a presença de formol. Mas atendeu à exigência do Mapa e informou a numeração de 23 lotes da marca Parmalat, distribuídos em São Paulo, e 8 da marca Líder, distribuídos no Paraná. Os lotes foram embalados nos dias 13 e 14 de fevereiro. A empresa disponibilizou o telefone 0800 011 2222 para consumidores esclarecerem dúvidas ou solicitarem a troca do produto..