Uma decisão da Justiça obrigou uma operadora de saúde de Sorocaba (SP) a providenciar internação em unidade hospitalar próxima da residência da família para uma criança portadora de síndrome de Berdon, uma doença rara. A doença prejudica o funcionamento do intestino e da bexiga e obriga a que o bebê seja alimentado por via endovenosa, ou seja, a alimentação é injetada na corrente sanguínea. Os pais da pequena Sofia, de três meses, moram em Votorantim, cidade vizinha de Sorocaba, mas o bebê estava internado desde as primeiras semanas de vida no Hospital da Unicamp, em Campinas. A família tinha adquirido um plano de saúde da Mediplan, mas a operadora alegava que, além de não haver transcorrido o prazo de carência, tratava-se de doença pré-existente.
Campanhas na internet buscam arrecadar recursos ao menos para a viagem. De acordo com o Núcleo de Doenças Raras de Sorocaba, organização da sociedade civil que acompanha o caso, o tratamento da menina, no que exceder ao plano de saúde, deve ser bancado pelo SUS. Com a criação da política nacional de atenção integral às pessoas com doenças raras, publicada no Diário Oficial da União no dia 12 de fevereiro, o Ministério da Saúde admitiu que o diagnóstico e o tratamento dessas doenças são obrigações do sistema público de saúde. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças raras são distúrbios que afetam até 65 pessoas em cada 100 mil.