Após reunião de mais de três horas na tarde desta terça-feira, 25, a ONG divulgou uma posição conjunta. De acordo com a psicóloga social Raquel Willadino, diretora da área de direitos humanos do Observatório, o clima na Maré é de apreensão desde sexta-feira. "Estamos vendo com muita preocupação a definição tomada ontem (segunda-feira)", disse ela. Raquel lembra que havia uma promessa do governo de ruptura da lógica do confronto com a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Maré. "Tivemos um processo de articulação local importante durante a discussão da UPP, que reconhecia moradores como protagonistas e chamava a atenção para uma política de Estado que vá além da ação policial, mas agora os canais de diálogo foram interrompidos." Para Raquel, a ocupação militar por tempo indefinido "reafirma a metáfora da guerra". "O retrocesso é muito grande", afirmou.
O complexo de favelas tem 130 mil moradores, segundo o IBGE. O número de soldados que vão ocupar a Maré ainda não foi divulgado.