O estado do Rio de Janeiro tem, em seu cadastro, quase 500 nomes de pessoas que desapareceram na infância ou adolescência nos últimos anos e que continuam sendo procuradas pelos pais. O Programa SOS Crianças Desaparecidas fez nesta sexta-feira, 28, um ato público na zona sul da cidade, para divulgar imagens de crianças e adolescentes desaparecidos e para chamar a atenção da sociedade para a questão.
Desde que o programa foi criado, há 18 anos, 2.780 crianças foram encontradas, um índice de cerca de 85%. Entre os que foram reencontrados, a maioria dos casos é de crianças e jovens que fogem de casa para escapar de algum tipo de violência ou abuso, mas há casos também de sequestros e acidentes, entre outros motivos.
Ana Dulce busca o filho há quase cinco anos e conta com o apoio do programa para localizar José Marcello Camargo, que hoje está com 14 anos. “Não tenho só esperança que ele vai ser encontrado, tenho certeza. Muitas pessoas que nunca me viram na vida chegam para mim e dizem: 'ele está vivo'”, conta.
Tania Maria Alves Ferreira pocura o filho Igor Ferreira dos Santos, de 18 anos, desaparecido desde agosto do ano passado. “Ele tinha ido para uma festa em Campo Grande, com três rapazes, e todos desapareceram. Penso nele todo dia, toda hora. Até comecei a trabalhar, para tentar espairecer um pouco”, disse.
Segundo o SOS Crianças Desaparecidas, a primeira medida que o pai tem que adotar ao perceber o desaparecimento do filho é registrar a ocorrência imediatamente em uma delegacia, já que não há necessidade de esperar para iniciar buscas e investigações. O programa trabalha em parceria com delegacias, varas da infância e conselhos tutelares, além de apoiar piscológicamente e socialmente os pais.